por Kamila Farias
O presidente Michel Temer encaminhou ao Congresso Nacional a sua prestação de contas referente ao ano de 2017. O documento contém informações sobre o desempenho da economia, a execução orçamentária do governo, incluindo as estatais, a atuação por área temática e as demonstrações contábeis. O material agora será analisado pela Comissão Mista de Orçamento.
A prestação de contas ganhou notoriedade do povo em 2015, quando o TCU recomendou ao Congresso a rejeição das contas de 2014 da então presidente Dilma Rousseff. Entre as irregularidades apontadas pela Corte estavam as chamadas pedaladas fiscais, que são atrasos no ressarcimento do Tesouro Nacional para bancos públicos e o FGTS, que pagaram despesas relativas a programas sociais e econômicos do governo.
Depois de passar pela comissão, as contas presidenciais são votadas separadamente pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. As contas dos anos de 1992, de Fernando Collor, de 2002, de Fernando Henrique Cardoso, de 2003 a 2010, de Luiz Inácio Lula da Silva, e 2011 a 2013, de Dilma, já passaram pelo colegiado e aguardam análise das duas casas legislativas. Destas, a única reprovada foi a do presidente Collor.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: todo administrador público tem como atividade inerente à sua função a prestação de contas dos recursos que geriu durante o mandato ou durante o período em que atuou como ordenador de despesas. Essa é uma atribuição também do presidente da República, que tem o dever de prestar contas anualmente. É da competência exclusiva do Congresso Nacional julgar as contas prestadas pelo presidente da República. As contas são julgadas em conjunto e, se rejeitadas pelo Poder Legislativo, poderão implicar abertura do processo de responsabilidade, no processo de impeachment ou, ainda, em se tratando dos demais poderes, no registro para aprofundamento pelo Tribunal de Contas quando proceder ao julgamento de sua competência.
Com informações da Agência Senado.