por Alveni Lisboa
O presidente Michel Temer assinou ontem a Medida Provisória nº 805, que implementa as ações do chamado ajuste fiscal. A novidade tem impacto direto na remuneração e em benefícios dos servidores públicos federais. O principal reflexo da medida é o adiamento do reajuste salarial de determinadas categorias, que ocorreria em 2018. De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, isso terá impacto apenas nas categorias mais bem remuneradas, que haviam feito um acordo com o governo de ter reajustes anuais durante 4 anos.
Outra medida provisória altera a contribuição previdenciária, passando de 11% para 14% da remuneração para servidores públicos com salários acima de R$ 5 mil. A tributação incidirá apenas no montante que exceder esse valor. Assim, se o servidor ganha R$ 6 mil, a nova tributação incidirá apenas sobre R$ 1 mil. Essa mudança passa a valer a partir de fevereiro do ano que vem e deve elevar a arrecadação em R$ 2,2 bilhões. Estão excluídos aqueles servidores que optaram pela previdência complementar ou que ingressaram no serviço público após 2013, quando essa adesão se tornou obrigatória.
Com as alterações, a equipe econômica do Governo Federal deverá anunciar ainda nesta semana a revisão do Orçamento para 2018.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: é natural que o servidor público se indigne com as mudanças, que vão afetar diretamente o seu bolso. Afinal, a maioria trabalha tanto para ser devidamente recompensado ao final do mês. A verdade é que o servidor público é a engrenagem que faz a máquina pública funcionar adequadamente. A situação financeira do País, no entanto, é grave e, se medidas mais drásticas não forem tomadas, corremos o risco de agravar a crise. Diversos segmentos econômicos já sofreram com a extinção de benefícios fiscais, queda no faturamento e demissões em massa para enxugamento da folha salarial. É justo que todos contribuamos para o reajuste fiscal, incluindo aí o servidor público, categoria a qual muito me orgulho de ter integrado. Não cabe a nós ficar procurando os culpados, mas agir para contornar a situação e colocar o País de volta nos trilhos do crescimento econômico.
Com informações da Folha de S.Paulo.