Em entrevista à Veja, Penny Pritzker disse que o momento é oportuno para o Brasil reduzir entreves e criar condições paara que as empresas possam competir internacionalmente.
A Secretária do Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker, concedeu entrevista para a revista Veja desta semana e disse que o momento é oportuno para o Brasil reduzir entreves e criar condições paara que as empresas possam competir internacionalmente.
Separamos as perguntas e respostas mais interessantes da conversa:
Em meio a negociações com a Europa e com os países da região do Pacífico, qual é a importância de melhorar as relações com o Brasil, um dos propósitos da sua visita a São Paulo, que foi cancelada?
O comércio entre os dois países é considerável. Ficou em torno de 73 bilhões de dólares no ano passado. O Brasil é o nosso nono maior parceiro comercial de mercadorias. As exportações americanas para o Brasil incluem produtos de controle do espaço aéreo, derivados de carvão, máquinas e substâncias químicas, serviços em comunicações e de tecnologia da informação. O Brasil nos vende muitas coisas, aproximadamente 30,3 bilhões de dólares, entre as quais petróleo e gás, ferro e aço, produtos químicos e aeronaves. São números de 2013, que poderiam aumentar. Os Estados Unidos ainda são o maior mercado do mundo para bens manufaturados brasileiros, como máquinas e aeronaves, mas os volumes ainda não são tão altos.
O Brasil só pode assinar novos acordos de livre-comércio via Mercosul. Isso seria outro impedimento?
Nos 27 anos que passei no setor privado, aprendi que podemos resolver muitos impedimentos sem necessariamente ter um acordo de livre-comércio. Quando há muito desejo de fazer negócio, as coisas podem se resolver. Como representante de um governo, entendo que as autoridades devem trabalhar para facilitar as trocas comerciais. Com certas medidas, alguns resultados já poderiam ser alcançados a curto prazo.
O PIB brasileiro provavelmente vai cair 1% neste ano. Isso poderia ser evitado se o Brasil fosse menos protecionista?
Este é o momento de o Brasil solucionar esses obstáculos e deixar que as suas empresas façam negócios ao redor do mundo. Há também muitos problemas que impedem as companhias mais novas, as startups, de ter acesso aos mercados.
Como a solução desses obstáculos poderia melhorar a vida dos brasileiros?
Imagine que seja fácil para o Brasil vender seus bens ao redor do mundo e que não haja mais atrasos alfandegários. Considerando a praticidade que a internet proporciona, os negócios das firmas brasileiras prosperariam rapidamente. Elas poderiam prospectar mais clientes, contratar mais funcionários e pagar a eles salários mais altos. Haveria mais oportunidades para o brasileiro comum.
Neste ano, hackers chineses roubaram informações de 4 milhões de funcionários federais americanos. O que poderia ser feito a respeito?
Em primeiro lugar, essas são as palavras certas. Elas roubaram dados, e, com certeza, haverá consequências legais disso. Em segundo lugar, temos de construir uma segurança cibernética melhor. O Departamento de Comércio está muito preocupado com aprimorar essas ferramentas, e, francamente, precisamos de mais recursos e mais pessoas para nos ajudar. O fato é que alguém realmente roubou algo, e deve haver consequências, como em qualquer sociedade civil. Essa é uma ameaça gigantesca e que não afeta somente o governo americano.
A entrevista completa está disponível no portal da revista Veja, apenas para assinantes.