Em vez dos tradicionais discursos sobre a melhoria dos serviços públicos, principalmente com ênfase em saúde e educação, muitos dos empossados elencou o acerto das contas como destaque nos pronunciamentos.
por Alveni Lisboa
A necessidade de redução da máquina pública, com objetivo de se adequar ao ajuste fiscal, foi a principal temática dos discursos dos governadores que tomaram posse ontem, 1º de janeiro de 2019. Em vez dos tradicionais discursos sobre a melhoria dos serviços públicos, principalmente com ênfase em saúde e educação, muitos dos empossados elencou o acerto das contas como destaque nos pronunciamentos.
Muitas unidades da federação ainda estão com as contas desorganizadas, o que tem gerado atrasos/parcelamentos de salários, suspensão do pagamento de fornecedores, greves e paralisações de serviços, entre outras consequências. A situação é mais crítica nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande de Sul e Minas Gerais, além de Roraima, que já estava sob o comando do novo governador deste dezembro.
Outro assunto bastante mencionado nos discursos foi o endurecimento das medidas de segurança pública e o combate à corrupção. Segundo o jornal Valor Econômico, a fala esteve presente inclusive nos casos em que os próprios governadores são investigados ou respondem a processos. Por outro lado, muitos governadores eleitos jamais exerceram mandato anterior e estão trazendo um olhar diferenciado sob a política partidária que sempre regeu as relações públicas brasileiras.
Comentários do professor Jacoby Fernandes: muitos estados endividados aderiram ao programa de ajuste fiscal promovido pelo governo Temer. Para que isso ocorresse, contudo, foi necessária a implantação de medidas de austeridade que desencadearam reflexos sentidos até hoje. Há quem diga, contudo, que as medidas adotadas não foram suficientes para sanar a crise em muitas unidades da federação, exigindo que os novos governantes sejam ainda mais incisivos. Os ajustes fiscais são fundamentais para garantir a saúde das contas públicas para os próximos anos, evitando o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e a consequente “falência estatal”, o que agravaria ainda mais a crise econômica pela qual passa o País.
Com informações do jornal Valor Econômico.