Apenas seis governadores devem começar mandato com situação fiscal confortável

Para avaliar a situação fiscal dos estados, os analistas deram notas de 0 a 10 com base em dados do Tesouro Nacional para seis indicadores das contas públicas: endividamento; poupança corrente, liquidez, resultado primário, despesa com pessoal e encargos sociais e investimentos.

por Alveni Lisboa

Dos 27 governadores que tomam posse ou permanecem no cargo a partir de janeiro do ano que vem, seis vão começar o mandato com uma situação fiscal considerada muito boa ou boa. Um estudo produzido pela Tendências Consultorias Integrada mensurou o tamanho do desafio que os governantes deverão enfrentar a partir de 1º de janeiro de 2019. De acordo com o levantamento, apenas os governadores de Amapá, Espírito Santo, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Paraíba receberão as contas públicas em boas condições. Já Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os que possuem a pior situação.

Para avaliar a situação fiscal dos estados, os analistas deram notas de 0 a 10 com base em dados do Tesouro Nacional para seis indicadores das contas públicas: endividamento; poupança corrente, liquidez, resultado primário, despesa com pessoal e encargos sociais e investimentos. Para ser considerada boa a situação, a média deve ficar acima de 6. Para ser considerada muito boa, deve superar a nota 8 – apenas o Amapá conseguiu isso.

Segundo matéria publicada pelo portal G1, a dificuldade com a folha de pagamento é explicada por sucessivos aumentos concedidos para servidores ao longo dos últimos anos e gastos elevados com trabalhadores inativos. Em 12 meses, o gasto dos estados com aposentados e inativos cresceu 8%. Já os investimentos são ajustados conforme a margem disponível no orçamento estadual: quando o endividamento cresce, sobram poucos recursos para criação de benfeitorias para o cidadão.

Comentários do professor Jacoby Fernandes: a crise fiscal dos governos estaduais tem causado impacto direto na vida do cidadão. Isso porque o atraso de salários de servidores e no pagamento de fornecedores tem impactado serviços básicos para a sociedade, tais como educação, saúde e segurança pública. Em muitos locais, servidores estão de braços cruzados e serviços não estão sendo prestados. Os policiais do Espírito Santo, por exemplo, no auge da crise, chegaram a realizar uma greve que fez os índices de criminalidade dispararem no estado, exigindo a convocação do Exército para restauração da ordem pública.

Por outro lado, muitas UFs conseguiram se recuperar da situação calamitosa e voltar a investir. Um bom exemplo é o DF, que apertou os cintos e conseguiu aumentar a arrecadação, regularizar o pagamento de servidores e voltar a investir na infraestrutura das cidades.

Com informações do Portal G1.