O Governo Federal estuda criar um mecanismo para restringir o número de trabalhadores que poderão sacar o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.
O Governo Federal estuda criar um mecanismo para restringir o número de trabalhadores que poderão sacar o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. A novidade poderá ser anunciada nos próximos dias, menos de um mês após o anúncio de que todos que têm contas inativas, ou seja, sem novos depósitos após 31 de dezembro de 2015, poderiam ter acesso ao benefício. A estimativa é que a verba injetaria R$ 30 bilhões do fundo no mercado, ajudando trabalhadores a quitarem dívidas e a voltarem a comprar.
Conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo, no entanto, após analise mais apurada dos números, o Governo teria descoberto que cerca de 2% dessas contas inativas concentrariam um montante muito expressivo do volume total de recursos que poderia ser sacado. Isso poderia causar transtornos em segmentos que utilizam o FGTS como fonte de financiamento, como a construção de imóveis e os projetos de saneamento básico.
A princípio, a restrição atingiria somente essas contas com saldo mais elevado, que tendem a ser de pessoas com maior renda. A equipe econômica acredita que, nesses casos, o mais provável é que o trabalhador apenas transfira o dinheiro do FGTS para aplicações financeiras mais rentáveis, o que teria efeito contrário à expectativa do governo. A Caixa, administradora do FGTS, deverá divulgar em fevereiro um calendário para os saques, possivelmente de acordo com a data de nascimento dos trabalhadores.
Comentário do advogado e economista Jaques Reolon: o anúncio da liberação dos saques foi feito no final de 2016, como carro-chefe de um pacote de medidas de estímulo econômico apresentado pelo governo para agradar aos consumidores. Algumas instituições financeiras se anteciparam e já oferecem linhas de crédito com juros reduzidos para quem deseja antecipar o benefício. Há quem já esteja fazendo planos para começar 2017 com o nome limpo, trocando de carro ou até comprando aquele utensílio dos sonhos. O jeito será aguardar a decisão do governo para saber quem, de fato, terá acesso ao saque, que pode, sim, ter um benefício muito positivo ao desafogar a parcela endividada da população.
Com informações da Folha de S.Paulo.