Os auditores internos brasileiros são constantemente pressionados para modificar resultados ou omitir informações nos relatórios produzidos. A grave denúncia é resultado do estudo realizado pelo Instituto Global dos Auditores Internos – IIA e publicado no jornal Valor Econômico de hoje. Segundo apurou a repórter Letícia Arcoverde, no mundo, 29% dos profissionais da área ouvidos pelo IIA admitiram já ter alterado relatórios ou feito vista grossa pelo menos uma vez ao longo da carreira. No Brasil, esse dado é bem maior: 44% dos auditores entrevistados reportam ter lidado com esse tipo de prática.
Os auditores internos brasileiros são constantemente pressionados para modificar resultados ou omitir informações nos relatórios produzidos. A grave denúncia é resultado do estudo realizado pelo Instituto Global dos Auditores Internos – IIA e publicado no jornal Valor Econômico de hoje. Segundo apurou a repórter Letícia Arcoverde, no mundo, 29% dos profissionais da área ouvidos pelo IIA admitiram já ter alterado relatórios ou feito vista grossa pelo menos uma vez ao longo da carreira. No Brasil, esse dado é bem maior: 44% dos auditores entrevistados reportam ter lidado com esse tipo de prática.
No caso dos chefes dos departamentos de auditoria, a pressão geralmente vem do alto escalão da empresa. Os chefes, por sua vez, repassam a demanda para seus subordinados. A pesquisa foi realizada com aproximadamente 14 mil auditores internos de 166 países, dos quais pouco mais de 2 mil são da América Latina e 350 são do Brasil. Quando perguntados se eles passaram por situações desse tipo no último ano, 29% dos brasileiros responderam afirmativamente.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: os auditores internos são o primeiro “filtro” do controle. Eles detectam as irregularidades previamente e sugerem alterações para evitar problemas futuros. Quando o gestor ignora isso e, pior, ainda manda que o servidor/funcionário omita a informação, há uma completa desvalorização do trabalho. Os auditores acabam com a pecha negativa, quando, na verdade, o serviço deles é para aprimorar o órgão ou a instituição para os quais prestam serviços.
Quando o controle interno é deixado de lado nas instituições, seja pública ou privada, a chance de alguma irregularidade ser detectada mais à frente é imensa. Não é a toa que as cortes de contas, em especial o TCU, estão abarrotadas de processos para analisar e emitir pareceres, com diversos gestores sendo condenados por irregularidades e mal-uso do dinheiro público. A sociedade precisa valorizar cada vez mais esta fundamental atividade. Os gestores, por sua vez, seja da iniciativa privada ou da esfera pública, devem sempre agir com ética e corrigir as falhas apontadas pelos auditores internos para o bem da instituição.
Com informações do jornal Valor Econômico.