
O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União realizou uma auditoria nos gastos de estados e municípios em ações de combate à dengue. Conforme constataram os auditores, a verba de mais de R$ 100 milhões foi pouco ou sequer utilizada em muitas localidades.
O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União realizou uma auditoria nos gastos de estados e municípios em ações de combate à dengue. Conforme constataram os auditores, a verba de mais de R$ 100 milhões foi pouco ou sequer utilizada em muitas localidades. Essa pode ter sido uma das causas para o aumento da incidência de casos da doença em determinadas regiões. A matéria foi divulgada no jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo.
Em 2016, 3 em cada 10 casos confirmados no DF eram da cidade de Brazlândia. Em outras cidades, o dinheiro foi mal gerido ou utilizado pela metade. Em Salvador/BA, por exemplo, a Secretaria de Saúde comprou apenas metade dos inseticidas e larvicidas previstos. Em vários municípios de Minas Gerais, estado que registrou o maior número de casos no País, materiais de combate ao mosquito Aedes Aegypti estragaram devido a condições de armazenamento inadequadas. Em outros casos, o número de casas visitadas por agentes de saúde foi 50% menor que o estipulado.
A auditoria também constatou situações em que o dinheiro não foi utilizado nas ações, mas sequer foi encontrado nas contas do governo. Os auditores vão investigar a destinação para tentar responsabilizar os gestores por eventuais perdas ou desvios.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: em tempos de cortes orçamentários e ajuste fiscal, ainda nos deparamos com situações nas quais o gestor simplesmente deixa de utilizar a verba. Esse montante deveria ser revertido para campanhas de prevenção, contratação de agentes de saúde, visita a residências e terrenos abandonados, compra de materiais e utensílios, além de aquisição de larvicidas e inseticidas usados no combate aos mosquitos. Conforme a própria reportagem mostrou, nem sequer os tradicionais carros “fumacê”, medida básica e tão comum, foram usados na maioria das localidades. Isso é reflexo, também, da falta de capacitação do gestor, que, além de planejar, necessita colocar em prática, no devido tempo, ações efetivas de combate a essa doença tão perigosa, que é a dengue.
Fonte: Bom Dia Brasil.