Santos Dumont e Congonhas farão parte da última rodada, pois a Infraero precisa das receitas desses aeroportos para se manter até o fim do processo.
Por Alveni Lisboa
O governo federal anunciou que deverá retirar do controle da Infraero todos os aeroportos administrados pela estatal até o início de 2022. O termômetro será o resultado do próximo leilão de 12 terminais, que ocorrerá na semana que vem. Caso haja sucesso, será apresentado um cronograma ainda mais ousado de concessões de outros 42 aeroportos em duas etapas. Santos Dumont e Congonhas farão parte da última rodada, pois a Infraero precisa das receitas desses aeroportos para se manter até o fim do processo.
A próxima etapa será anunciada no dia 18 e terá três blocos: Curitiba, Manaus e Goiânia, somando 22 terminais. A previsão é realizar o leilão entre agosto e setembro de 2020. Depois, será lançada a última rodada, puxada por Santos Dumont, Congonhas e Belém — um conjunto de 20 aeroportos. Neste caso, o certame está programado para ocorrer no primeiro trimestre de 2022. De acordo com números preliminares, o valor total dos investimentos nos 42 terminais ao longo das concessões de 30 anos está estimado em R$ 8,7 bilhões.
Também deverá ocorrer um pente-fino em todas as licitações de terminais de cargas realizados pela gestão anterior da Infraero. Entre 2017 e 2018, foram concedidas 14 áreas nos aeroportos por um prazo que varia entre dez e 15 anos. Caso sejam identificadas irregularidades, os contratos poderão ser cancelados.
Comentários do professor Jacoby Fernandes: embora o objetivo dos leilões seja repassar o controle dos aeroportos para a iniciativa privada, a expectativa é de que a Infraero continue a existir. As atribuições da empresa estatal, entretanto, sofrerão alterações. A proposta que desempenhe função mais voltada para atividades de monitoramento e apoio à prestação de serviços dos concessionários, bem como no desenvolvimento de projetos voltados para a aviação regional. Isso porque os aeroportos autorizados a receber voos no país são de responsabilidade da União. Caso os leilões obtenham sucesso, abrem-se as portas para novas concessões, que têm potencial para atrair valiosos investimentos para o país, o que ajudará na geração de empregos e crescimento econômico.
Com informações do jornal O Globo.