Diante da avaliação de que o governo cometeu uma sucessão de erros de estratégia nos últimos dias, a presidente Dilma decidiu fechar com sua equipe um conjunto de medidas de corte de despesas obrigatórias e também de aumento de receitas para cumprir a meta de superavit de 0,7% do PIB em 2016.
Diante da avaliação de que o governo cometeu uma sucessão de erros de estratégia nos últimos dias, a presidente Dilma decidiu fechar com sua equipe um conjunto de medidas de corte de despesas obrigatórias e também de aumento de receitas para cumprir a meta de superavit de 0,7% do PIB em 2016.
A estratégia havia sido fechada pela presidente pela manhã desta quarta (9) para tentar evitar um rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, o que acabou acontecendo no início da noite pela Standard & Poor´s.
Segundo um assessor presidencial, Dilma deve acertar com sua equipe econômica nesta quinta-feira (10) uma espécie de “freio de arrumação” para unificar o discurso do governo sobre como resolver o problema do deficit no Orçamento do próximo ano.
Para interlocutores da presidente, o governo errou ao dar maior visibilidade, nos últimos dias, a propostas de aumento de receitas para equilibrar as contas da União, deixando em segundo plano o corte de despesas.
Agora, o objetivo da presidente é fechar um pacote de medidas que ataquem os dois lados, elevando impostos mas também mostrando onde cortar gastos, na busca de reduzir as resistências dos aliados a propostas de criação de novas fontes de receitas.
Ao todo, para cumprir a parte do governo federal na meta de superavit primário de 0,7% do PIB, o Palácio do Planalto terá de bancar um esforço fiscal –entre corte de despesas e aumento de receitas– de R$ 65 bilhões.
Desde que começou a fechar sua proposta de Orçamento de 2016, o governo divulgou diversas propostas de aumento de receitas, recebidas de forma negativa por aliados e empresários.
A primeira foi a recriação da CPMF. Depois, o governo falou em elevar a Cide (tributo cobrado sobre combustíveis), IOF, IPI e o Imposto de Renda das Pessoas Físicas.
As novas propostas de aumento de receitas também foram recebidas de forma negativa pela base aliada. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, primeiro, o governo precisa apontar onde pretende fazer cortes de gastos, para depois discutir aumentar a receita.
Fonte: Folha de S. Paulo