A paralisação dos caminhoneiros autônomos em todo o País começou a produzir efeitos na produção industrial brasileira, com riscos de desabastecimento de insumos para as indústrias.
por Matheus Brandão
A paralisação dos caminhoneiros autônomos em todo o País começou a produzir efeitos na produção industrial brasileira, com riscos de desabastecimento de insumos para as indústrias. Matéria publicada no jornal Valor Econômico destaca que empresas como Ford, GM, Volvo, Nissan e outras já afirmaram sofrer os impactos da paralisação. Por falta de entrega de componentes para o funcionamento das linhas de produção, por exemplo, a Ford paralisou a produção de automóveis em Camaçari, na Bahia, e de motores em Taubaté, no interior de São Paulo.
Ainda de acordo com a reportagem, os preços de alguns produtos agrícolas já estão recebendo o impacto da paralisação, refletindo diretamente no preço da cesta básica. Os preços da batata e do tomate já começaram a apresentar variação nas prateleiras. Em nota divulgada, o Sistema Firjan manifestou sua preocupação com a paralisação, diante do fato de o transporte rodoviário de cargas ser o mais importante na logística nacional.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: a paralisação dos caminhoneiros pressiona o Governo, mas, com mais intensidade, pressiona o setor produtivo, os trabalhadores e a própria economia do País. Em tempos de recuperação econômica e busca pelo desenvolvimento do potencial produtivo, essa paralisações funcionam como um duro golpe para a economia brasileira.
Não parece a forma mais razoável de protestar, principalmente se for considerada a fórmula de cálculo dos combustíveis. Melhor seria a busca por um diálogo maduro entre o setor produtivo, os profissionais do transporte e os diversos níveis de Governo, pois além do dólar, o maior impacto no preço dos combustíveis vem dos impostos. É preciso encontrar uma solução para o impasse. Causar prejuízos ao setor produtivo brasileiro por meio das paralisações sob o pretexto de se estar pressionando o Poder Público, em última análise, é transferir à sociedade o ônus do impasse.
Com informações do jornal Valor Econômico.