MPU instaura inquéritos para apurar tomada de contas de prefeitos em término de mandato

O Ministério Público da União (MPU) está determinando a abertura de inquéritos para apurar a prestação de contas das prefeituras. Como dezembro é o último mês de efetivo exercício do mandado de muitos políticos não-reeleitos, o MPU está preocupado com o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Ministério Público da União (MPU) está determinando a abertura de inquéritos para apurar a prestação de contas das prefeituras. Como dezembro é o último mês de efetivo exercício do mandado de muitos políticos não-reeleitos, o MPU está preocupado com o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Os inquéritos foram publicados no Diário Oficial da União de quarta (12) e quinta-feira (13).

Segundo o Procurador do Estado do Ceará, Patrício Noé, a medida servirá para evitar o cometimento de irregularidades comuns no período de transição. “A medida é destinada, única e exclusivamente, a embasar a expedição de recomendação endereçada tanto àquele que deixa o cargo de prefeito, quanto àquele que nele toma posse, a fim de prevenir a ocorrência de ilicitudes ou condutas que levem a isso”.

O Inquérito Civil também servirá para garantir que obras e serviços iniciados em gestões passadas continuem sendo executados. É relativamente comum que novos mandatários deem ênfase aos seus planos de governo e deixem de lado a antiga execução.

Por enquanto, municípios do Ceará e de Minas Gerais tiveram pedidos de inquéritos por parte do MPU. A tendência é que Procuradores de mais estados também adiram a esse procedimento como forma de conceder maior transparência na transposição do poder.

“É preferível prevenir a ocorrência, orientando os prefeitos em final de mandado a proceder corretamente, do que processá-los a posteriori, devido à ausência de prestações de contas e da sonegação ou destruição do acervo documental da prefeitura”, explica Cynthia Póvoa Aragão, advogada e especialista em tomada de contas, integrante do escritório Jacoby Fernandes & Reolon Advogados Associados.

O político que não seguir a lei pode ser punido com perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por um período de 3 a 5 anos, pagamento de multa de até 100 vezes o valor da remuneração percebida, proibição de contratar com o Poder Público e de receber benefícios ou incentivos fiscais do governo pelo prazo de 3 anos.

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