Planalto cancela licitação para compra de refeições e lanches de avião de Temer

Horas após, em razão da repercussão negativa, a equipe cancelou o certame, que deveria ocorrer no dia 2 de janeiro.

A Presidência da República abriu licitação, na modalidade registro de preços, para gastar até R$ 1,75 milhão para abastecer o avião do presidente Michel Temer com sorvetes, sucos, pães e outros itens para lanches e refeições ao longo de 2017. O valor foi estipulado no edital que selecionará empresa para fornecer os gêneros alimentícios a bordo da aeronave presidencial. Horas após, em razão da repercussão negativa, a equipe cancelou o certame, que deveria ocorrer no dia 2 de janeiro.

O instrumento convocatório elencava mais de 170 itens alimentícios a serem comprados pelo governo. Entre eles, o jornal Folha de S. Paulo destaca cinco tipos de sorvetes e outros cinco sabores de picolés. Somente em sorvetes do tipo premium da marca Haagen Dazs, a Folha ressaltava que o governo deverá gastar R$ 7.500. Seriam 500 potes de 100 gramas, orçados em R$ 15,09 cada um. A lista incluía também R$ 21 mil em 1.500 litros de água de coco, R$ 18,3 mil em 5.000 cápsulas de café expresso, e mais de R$ 96 mil em 1.500 tortas de chocolate.

O avião de Temer seria abastecido ainda com 500 sanduíches de mortadela, ao valor de R$ 16,45; 500 sanduíches de atum e outros 2.500 do tipo misto (com presunto e queijo). Já os almoços e jantares servidos custariam até R$ 167 cada, com entrada, prato principal e sobremesa. Pelo cardápio descrito na licitação, haveria medalhão de filé, cordeiro assado ou supremo de frango grelhado, além de acompanhamentos. Já os cafés da manhã custariam mais de R$ 96 cada, pois poderiam incluir iogurte tipo grego, frutas da estação em cubos, frios fatiados, pães e pratos principais, como omelete, quiche, beirute e outros.

Comentário do professor Jacoby Fernandes: a imprensa alardeia os valores mais elevados estipulados em editais. A verdade, entretanto, é que, na prática, o valor final costuma ser reduzido. Ganha o certame a empresa que ofertar o menor preço, que tem como parâmetro o inicialmente previsto, com base na pesquisa de mercado. Outro ponto que deve ser considerado é que o custo das refeições e produtos fornecidos para o Governo é afetado por inúmeros fatores que não se apresentam no varejo, como a demora na liberação dos pagamentos, a logística diferenciada para a distribuição, os encargos de empréstimos tomados para entrega dos objetos contratados, a personalização do produto, entre outros. Havendo, todavia, sobrepreço nos itens, a licitação deve ser suspensa, e um novo edital deve ser lançado com as devidas correções.

Com informações da Folha de S. Paulo.

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