Plano de concessões deverá “decolar” no governo Bolsonaro

A expectativa é de que logo em março já sejam leiloados 12 aeroportos, quatro terminais portuários e um trecho de 1.537 km da Ferrovia Norte-Sul. Esses projetos devem angariar R$ 6,4 bilhões em recursos ao longo da duração dos contratos.

por Alveni Lisboa

Os desafios enfrentados pelo governo Michel Temer para destravar as concessões na área de infraestrutura deverão deixar um “presente” ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, que promete mais investimentos privados no setor. A equipe de Temer encheu a prateleira de projetos já em estágio avançado, com potenciais obras em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Isso porque o atual governo não teve tempo suficiente para tirar do papel todos os projetos elaborados.

Segundo matéria do jornal Valor Econômico, boa parte do caminho necessário para a liberação das concessões já foi trilhado: discussão de modelagem com empresas interessadas, elaboração de estudos, realização de audiências públicas e análise do Tribunal de Contas da União – TCU. A expectativa é de que logo em março já sejam leiloados 12 aeroportos, quatro terminais portuários e um trecho de 1.537 km da Ferrovia Norte-Sul. Esses projetos devem angariar R$ 6,4 bilhões em recursos ao longo da duração dos contratos.

O governo Bolsonaro terá pela frente, ainda, a relicitação das primeiras estradas federais privatizadas nos anos 1990: as rodovias Presidente Dutra (Rio-São Paulo), BR-040 (Rio-Juiz de Fora) e BR-116 (Rio-Teresópolis). Os estudos estão sendo feitos em uma parceria da Empresa de Planejamento e Logística – EPL com o International Finance Corporation.

Comentários do professor Jacoby Fernandes: após uma severa crise, com fuga dos investimentos do Brasil, o cenário para os próximos anos se mostra bastante animador. As concessões tem potencial para atrair bilhões de recursos para o país, além de aprimorar a infraestrutura logística brasileira. Há tempos que essas áreas, consideradas cruciais para o desenvolvimento de qualquer nação, careciam de vultosos investimentos. Vimos apenas algumas áreas estratégicas recebendo recursos no período da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas sem um planejamento integrado e de longo prazo. Agora, contudo, parece haver um cenário muito positivo para o investidor aplicar suas verbas e contratar com o Poder Público.

Com informações do jornal Valor Econômico.