Rombo no cofre de municípios chega a R$ 69 bilhões, aponta levantamento

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios – CNM apontou que 77,4% de 3.155 prefeituras estão no vermelho. Esse número equivale a 2.443 municípios brasileiros cujas contas não batem no fim do mês, sendo necessário obter recursos de outras fontes para honrar compromissos.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios – CNM apontou que 77,4% de 3.155 prefeituras estão no vermelho. Esse número equivale a 2.443 municípios brasileiros cujas contas não batem no fim do mês, sendo necessário obter recursos de outras fontes para honrar compromissos. O rombo estimado é de R$ 69 bilhões, o equivale a mais de duas vezes o orçamento da prefeitura do Rio.

Diversos municípios já solicitaram ajuda financeira à União para o pagamento do 13º salário dos servidores, agora em dezembro. Prefeituras estão tendo suas contas bancárias bloqueadas para que ao menos o pagamento de salários atrasados seja garantido. Há servidores que estão sem receber há três meses, escolas funcionando em meio período por falta de merenda, unidades de saúde fechadas por greve do pessoal da limpeza, ônibus escolares paralisados e até coleta de lixo suspensa.

A situação é pior nos municípios das regiões Sudeste e Sul. Apenas em São Paulo, são 402 prefeituras com contas no vermelho. Em segundo lugar aparece o Rio Grande do Sul, seguido de perto pelas prefeituras de Minas Gerais – estado com a maior quantidade de municípios do Brasil.

Comentário do professor Jacoby Fernandes: há, no Brasil, uma prática inadmissível por parte de alguns políticos que é a dilapidação do patrimônio público no término do mandato. Por isso, após o resultado das eleições, os tribunais de contas e ministérios públicos têm atuado com mais veemência para evitar os descalabros que prejudicam o cidadão e comprometem a gestão seguinte. Por outro lado, o mero bloqueio das contas de prefeituras pode não ser uma medida eficaz, já que engessa a atuação do gestor e o desautoriza a remanejar recursos para setores mais críticos, como a prestação de serviços públicos essenciais. O resultado é o que estamos vendo Brasil afora: falta de médicos e insumos básicos para a saúde; escolas sem professores ou deterioradas; transporte público sucateado; e funcionamento parcial de repartições públicas.

Fonte: O Globo.

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