Nos 11 anos de existência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu no Distrito Federal vive sua mais grave crise. É o que afirma o repórter Otávio Augusto, do jornal Correio Braziliense, em matéria publicada no periódico de ontem.
Nos 11 anos de existência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu no Distrito Federal vive sua mais grave crise. É o que afirma o repórter Otávio Augusto, do jornal Correio Braziliense, em matéria publicada no periódico de ontem. De acordo com o texto, o GDF deixou de embolsar R$ 817,2 mil por mês referentes aos repasses do Ministério da Saúde em razão de falhas. A estimativa é que o DF não tenha recebido R$ 9 milhões do Governo Federal nos últimos 11 meses.
Diversas pendências levaram a capital federal a ser excluída da lista de 19 unidades da Federação que tiveram a frota de ambulâncias renovada. O Ministério da Saúde encontrou vários problemas não solucionados, tais como falhas na elaboração de escalas, ausência ou irregularidades na prestação de contas, problemas na manutenção dos veículos e falta de divulgação de índices de atendimento.
Hoje, o DF tem uma frota menor que a recomendada pelo Ministério da Saúde. São apenas 38 ambulâncias para dar conta de todos os pacientes, quando o adequado seria pelo menos 59. A Portaria nº 2.048/2002 estabeleceu que, para cada 50 mil habitantes, haja uma ambulância do Samu. No DF, cada veículo atende 78 mil pessoas, o que representa um déficit de 37% ou 21 carros. Por dia, o Samu recebe, em média, 2,6 mil chamadas e faz pelo menos 220 socorros no DF.
Comentário do professor Jacoby Fernandes: infelizmente, o serviço público brasileiro ainda carece de profissionais qualificados. Não se trata de preparo para ingressar na carreira, mas de cursos de capacitação de acordo com a área em que vai atuar. O resultado é esse apresentado na matéria e muitos outros com os quais nos deparamos diariamente. Se isso ocorre no Distrito Federal, uma grande capital e centro do Poder Político, quiçá nas demais localidades. Quantas prefeituras de pequenos municípios deixam de receber recursos para construção de creches ou unidades básicas de saúde porque não têm pessoal para elaborar um projeto adequado ou para realizar a devida prestação de contas dos recursos públicos? Nessas localidades, o servidor tem de encarar a má remuneração – insuficiente para atrair e reter talentos em pequenas cidades – e até a ausência de condições básicas de trabalho, como salas, mesas, cadeiras, internet de qualidade e materiais de papelaria.
Fonte: Correio Braziliense.